"Pedágio": sutileza e habilidade de enfiar o dedo na ferida do Brasil profundo
Lembro bem da época em que ir ao cinema aos finais de semana era um programa disputado, quase uma missão impossível se não fosse planejada com antecedência. Não que eu tenha saudade da frustração de chegar ao cinema e estar tudo esgotado... Porém, adoraria um meio termo. Um filme que eu estava de olho há tempos (ouvindo muito sobre ele em podcasts, rádio e reportagens sobre festivais de cinema) entrou em cartaz nesta semana. Tem sido feita uma campanha em defesa do cinema nacional, pedindo que o público não espere, que vá na semana de estreia. Essa seria uma maneira de garantir bilheteria e manter (ou, que sonho, ampliar) o número de salas de exibição de filmes nacionais. Dessa forma, ontem, apoiando a campanha e matando minha vontade de ver "Pedágio", fui verificar as opções de salas, horários e a disponibilidade ingressos. Triste constatar que um filme premiado, que está rodando o mundo em festivais, pode ser assistido em apenas meia dúzia de salas em São Paulo. E pior, sem